THLopes - ...
"Escrever é uma ociosidade Atarefada" -Goethe

Clube dos Ssete - Ganhe dinheiro com a Internet

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Dom de tristeza

Eu quero chorar
Mas não quero
Deixar as lágrimas
Caírem.

Pois se assim o fizer
Muitas gotas
De minha tristeza
Tocarão o chão.

E dali hão de brotar
Infinitas mágoas
Regadas pela triste chuva
De um rigoroso inverno.

E penso no que poder
Colher desta messe
Destas frutas suculentas
Irrigadas de choro e sangue.

Uma Rosa Negra
De caule cinza
Como a fuligem
Que passeia pelos ares

Com cheiro de morte
Perfume funerário
Espinhos não há não
Basta sentir seu cheiro
Para perfurar o coração.

Suas sementes amargas
Podem deixar o doce
Mais doce que existe
Ruim como gosto da morte.


E com toda a facilidade
Ela me torna assim.


(Thomas J. P. Lopes, 20020626)

As Luzes

Quantos pontos brilham
Inconstantes e arritimados
Alguns piscam e cintilam
D i s p e r s o s . . . . -amontoados-

Como em dança, bailam
Em tantas cores e formatos
Em tristes risos despertam
Fazem parar os mais agitados.

Nesta hora, céu e terra,
Dão as mãos.
Todo o céu, cai como véu,
À minha visão.

Tão curta é esta longa vida
Quanto o primeiro bom beijo
E como um grande desejo
Dentro do peito ofegante palpita.

Que impulsiona o novo passado
Que mofava no fundo da mente
Adormecido junto ao inconsciente
Como aquele seu livro sábio na estante

Não vou apagar a luz que dá
Vida ao mundo,
Prefira permanecer neste meu
Sonho profundo.


(Thomas J. P. Lopes, 20020625 - Palágrimas [2002])

sábado, janeiro 07, 2006

Solidão (Esperança)

É o silêncio
Que me ensurdece
Quando você vai
E o dia escurece.

É esta calma
Que me aborrece
Como se minha’lma
De tão só, morresse.

É a ausência
Que me entorpece
E para onde olhar
Como se lá estivesse.

É esta esperança
Que me esquece
Como se ao encontro
Você não viesse.

É como a fé
Que me enlouquece
E querer encontrá-la
Quando desaparece.

É este amor
Que hoje me vence
O tempo não consome
E a saudade abastece.


(Thomas J. P. Lopes, 20020617 - Palágrimas [2002])

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Palavras inacabadas

O que o homem faz
Ou sabe fazer não é
O mal, mas o inimi-
go é quem faz com
que o homem utilize
em hora e de ma-
neira erradas os dons
que de Deus recebeu

---------------------------------------------------------------------------

as vezes nos esquecemos
que temos coração, sem-
timentos e também
sensações. Também nos
esquecemos que os ou-
tros também o têm.


(Thomas J. P. Lopes, 20020614 - Palágrimas [2002])

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Encontro com a morte

E quanto vier a morte
Arrancar-me as fibras do coração
Quero estar bem forte
E se tiver boa sorte
Dar-lhe um abraço
E um forte aperto de mão.

Esperarei de cabeça erguida!
Quando avistá-la gritarei bem forte:
“Venha logo, minha querida!
venha beijar-me a ferida,
inutiliza-me a carcaça!
Vamos praticar este esporte!”

Estou por muito ansioso
Não vejo a hora da morte chegar
A este encontro gostoso
Irei todo saudoso
E depois do beijo na face
De mãos dadas, iremos passear.

(Thomas J. P. Lopes, 20020612 - Palágrimas [2002])

Encanto

De quando em quando
Me esforço tanto
Para saber o quanto
Te faço encanto.

Embora o tanto,
Quanto seja estranho
Este nosso encanto
Não tem tamanho.

Não tanto quanto
É o meu espanto
Ver que até em sonho,
Tu me causa encanto.

(Thomas J. P. Lopes, 20020611 - Palágrimas [2002])