Surreal

Uma linha tênue
Separa da ilusão o real
Do mesmo modo
Que o bem do mal.

Linha invisível,
De tato intangível
Mas com gosto de beijo
O que causa desejo.

Seja ele bom ou mal
Não importa desde que
Seja sincero e real.

Então como saberei
Ao te tocar, se quebro
Esta linha ou se ainda
A estou a tocar?

Mas mesmo se for ilusão
Somente espero que não
Me acorde do sonho
Aqo quebrar esta linha.

Antes o vórtice
Da imaginação me Engula,
para que Eu viva sempre
na doce e Surreal ilusão

Mas se o sonho
Torna-se um pesadelo
Me acorde, pois Nada é mais
Surreal que a vida real.

(Thomas J. P. Lopes, 20021011 - Palágrimas [2002])

Visão

O que vês?
Se vires o teu passado
Vives no presente.
Se vires o teu presente,
Vives no passado
Se vires o teu futuro,
Tu morreste no passado.

(Thomas J. P. Lopes, 20021010)

Escuridão

Roubaram a minha luz
E colocaram-na num outdoor
Depois cobraram multa.

(Thomas J. P. Lopes, 20021010 - Palágrimas [2002])

Venero quero

Quanto quero
Por mais venero
Vosso estar mesmo
Sem ser.

Em sincero olhar
Profundo como Azul d’o céu.
Imenso como o mar
Eterno como o Universo

Não cabe em nenhum espaço
Mas cabe em um único vocábulo
Esse desejo mascarado de
Sentimento afugentado.

Indescritível como o dia
Imprescindível como a noite
É como um dia te olhar
E no resto, tevenerar.

(Thomas J. P. Lopes, 20021010 - Palágrimas [2002])

Simbiose

Num mundo imenso
Tanto espaço é intangível
Onde está você
Em cada coisa que penso.

Meu pensamento em osmose
Com o tempo a sua volta
Num único instante
Uma sensação constante

Como se tivesse grande sede
Diante de todo o oceano.
Dessa sensação, não satisfaz-mim.
Não sei se sonhando, ou soando assim.

Isso torna-me simbioso,
Precioso de completar minha
Imcompletência.

(Thomas J. P. Lopes, 20021010 - Palágrimas [2002])