Desencanto (ou a fonte do encantamento)
Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto
Meu verso é sangue,volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Dói-me nas veias, amargo e quente
Cai,gota a gota do coração
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
-Eu faço versos como quem morre
"Pertenço à fase heróica da tuberculose. Foi através dela que construí minha poesia. Não fiz versos por ser poeta".
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto
Meu verso é sangue,volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Dói-me nas veias, amargo e quente
Cai,gota a gota do coração
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
-Eu faço versos como quem morre
"Pertenço à fase heróica da tuberculose. Foi através dela que construí minha poesia. Não fiz versos por ser poeta".
Manuel Bandeira
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